O rei da Arábia Saudita, Abdullah bin Abdul Aziz, afirmou hoje que a proposta árabe para a paz no Médio Oriente não durará para sempre.
«Israel deveria perceber que a opção entre a guerra e a paz não pode estar em aberto o tempo todo, e que a iniciativa de paz árabe não continuará sempre na mesa de negociações», disse.O rei referia-se à proposta da cimeira realizada no ano de 2002, em Beirute, que oferecia o reconhecimento árabe do Estado de Israel em troca da retirada da Cisjordânia e de Gaza, estabelecimento do Estado palestiniano com Jerusalém como sua capital e uma solução justa para os refugiados palestinianos.
A resposta inicial de Israel foi de que o texto poderia ser usado como base para discussão.
As negociações de paz, contudo, avançaram lentamente, sobretudo depois de o Hamas tomar pela força o controlo sobre a Faixa de Gaza ao também palestiniano partido laico Fatah, em Junho de 2007, criando rivalidade entre as duas principais facções palestinianas.
O monarca fez o anúncio num discurso durante a cimeira económica árabe iniciada hoje na capital do Koweit, com a presença de 20 chefes de Estado da região, para discutir o resultado da ofensiva israelita em Gaza, a reconstrução dos territórios palestinianos e a cooperação económica árabe.
Na sua mensagem, o rei saudita criticou Israel pelos 22 dias de ofensiva militar contra alvos do movimento islâmico radical Hamas em Gaza, que deixou ao menos 1.200 palestinianos mortos e cerca de 5.000 feridos.
Sem mencionar os ataques prévios do Hamas ao território israelita, o rei saudita fez um apelo à reconciliação entre os árabes para enfrentar esta situação.
«Os assassinos esqueceram que a Torá diz ´olho por olho`, e não um olho em troca de uma cidade repleta de olhos», disse, em crítica ao ataque desproporcional de Israel à região.
O rei Abdullah anunciou ainda a doação de mil milhões de dólares para a reconstrução da Faixa de Gaza.
«Eu sei que uma gota de sangue palestiniano é mais valioso que os tesouros do mundo», disse Abdullah.
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